Sem mais comentários, apenas um pormenor (ou pormaior) que o ministro se esqueceu de dizer: "exceptuando os 'boys' e afins, nenhum cidadão português anda descansado com a escumalha governativa que, ludibriado, colocou no poder os políticos que nos desgovernam".
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
NENHUM PAI PODE FICAR SOSSEGADO
Sem mais comentários, apenas um pormenor (ou pormaior) que o ministro se esqueceu de dizer: "exceptuando os 'boys' e afins, nenhum cidadão português anda descansado com a escumalha governativa que, ludibriado, colocou no poder os políticos que nos desgovernam".
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
VERGONHA
Porque hoje foi o dia mais infame para a classe docente, urge o silêncio e tratar de irradicar Crato e seus acólitos, antes que o abismo tome conta da Educação em Portugal.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
O DESMANTELAR DA ESCOLA PÚBLICA
De forma sistemática e quase imperceptível para muitos docentes distraídos, a destruição continuou através da criação dos mega agrupamentos, do fecho de escolas, da deslocação de alunos para os colégios privados por imposições na distribuição da rede escolar, dos apoios às escolas privadas, etc., etc.
Um novo impulso chega, uma revolução nas escolas começa em Óbidos. De acordo com o semanário Sol, antes de este ano acabar, "o Ministério da Educação e Ciência (MEC) deve alterar toda a legislação necessária para que arranque no próximo ano lectivo a primeira escola municipal do país com total autonomia pedagógica. Foi esse o compromisso assumido com a Câmara de Óbidos, concelho que servirá de projecto-piloto."
Pressente-se o fim da escola pública mais depressa do que o que se imaginava. E os professores quase nem se manifestam. E o povo assiste calmo e sereno. Tudo à boa maneira portuguesa.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
MINUTA PARA ESCUSA DE VIGILÂNCIA À PACC
Com fundamento nos artigos 10.º e 82.º do Estatuto da Carreira Docente, que se referem, respectivamente, a deveres funcionais e conteúdos da componente não lectiva, os professores devem contestar a sua eventual convocação para serviço relacionado com a “PACC” e requerer escusa.
Esta minuta é oriunda da Fenprof, que refere ainda que um eventual indeferimento deste pedido poderá resultar no recurso aos tribunais.
O texto pode ser seleccionado, copiado e colado. Quem preferir pode baixar o documento word, clicando aqui.
UMA NO CRAVO, OUTRA NA FERRADURA
Nuno Crato afirma que em breve vão abrir vagas no quadro de professores
11 Dez, 2013, 13:45
O ministro da Educação diz que, em breve, haverá novas vagas no quadro de professores, devido à aposentação dos docentes mais velhos. Nuno Crato desvalorizou ainda a polémica em torno da prova de avaliação de professores, que está marcada para daqui a uma semana.
Vídeo aqui: RTP
Mais declarações recentes do ministro:
Nuno Crato apela ao bom senso na prova de avaliação (11-12--2013)
Ministro: Isenção de fazer prova é definitiva (11-12-2013)
Dificuldades na construção de escolas resultam da falta de planeamento (10-12-2013)
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
ISTO TAMBÉM TEM QUE VER COM EDUCAÇÃO
PROMISCUIDADE DOS DEPUTADOS. OS INTERESSES QUE SERVEM.
Os nomes aí estão.
Paulo Morais foi à Assembleia da República e disse o que até agora poucos tiveram coragem de dizer.
Cada português, sobretudo os que ainda dormem, deveria ouvir, pensar e agir.
Partilha!
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
TODOS JUNTOS VENCEREMOS
No entanto, nenhum professor pode ficar inebriado com este recuo. As razões que justificavam a luta mantêm-se, pois a iniquidade de uma prova abjecta não desapareceu, ainda que apenas caindo como anátema sobre os colegas com menos de cinco anos de serviço, afinal os mais jovens e os mais frágeis.
É verdade que este recuo veio demonstrar também que quando se persegue um objectivo consegue-se sempre alguma coisa. Por isso, esta é a hora da união e da luta por aquilo que consideramos da mais elementar justiça: o retorno da dignidade da profissão docente e de uma escola pública de qualidade. Por isso, esta é a hora da união e da lutra contra qualquer tipo de PACC, contra a humilhação e injustiça, o despedimento e a privatização da escola pública.
Os professores, unidos e mobilizados, conseguirão reverter as atrocidades cometidas na educação e impedir a destruição da educação em Portugal.
Esta é a hora!
NOTA: Todas as iniciativas que visem a dignificação dos professores, a melhoria da educação e a preservação da escola pública devem ser apoiadas por todos. Nesse sentido, continua a ser importante a participação de todos os professores (que puderem estar presentes) na concentração em frente à Assembleia da República no dia 5 de dezembro, pelas 14:00h.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
É HORA DE DAR AS MÃOS
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
CAÇA AO DINHEIRO
. amesquinhar os professores, dando um sinal à sociedade de que nada adianta a oposição a qualquer medida do governo;
. preparar o terreno para afastar, em breve, muitos dos professores do quadro;
. sacar uns milhões de euros aos professores, que terão de pagar pelo menos 20 € para a inscrição na dita-cuja.
Embora todos eles sejam relevantes, sádicos e preocupantes, aqui fica um e-mail que demonstra a obsessão da DGAE pelo dinheiro.
Além de ser um e-mail frio, impessoal em termos de remetente e destinatário, é possível verificar que, dos três parágrafos de texto que contém, dois são sobre o pagamento. Acresce que esta resposta chegou à caixa de correio do colega (desempregado neste ano lectivo) pouco mais de duas horas depois de se ter inscrito para a infame PACC. E mais infame se torna porque vai ao bolso de pessoas fragilizadas, grande parte delas desempregada.
Vergonha nacional!
Subject: Inscrição PACC
From: dgae.mec@dgae.mec.pt
Date: Wed, 27 Nov 2013 17:20:31 +0000
To: xxxxxxxxxxx@hotmail.com
Caro(a) candidato(a),
A sua escola já procedeu à validação da inscrição para a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades.
Deve aceder ao SIGRHE e gerar referência para pagamento da mesma.
Mais se informa que dispõe de cinco dias para efetuar o pagamento, a contar desta data.
Com os melhores cumprimentos,
DGAE
VOZES DA REVOLTA
Os professores estão feridos na sua dignidade. A classse - na exacta medida da que pretendia o ME - está dividida, repleta de gente solitária, mas não solidária, de gente triste, cansada, abandonada, perdida, amedrontada, num salve-se quem puder arrepiante, desejando cada um apenas prolongar o seu sustento até onde for possível.
O Facebook tem sido um autêntico confessionário, onde os medos se espraiam, as dores têm rosto, as tentativas germinam e onde a esperança e a desilusão concorrem numa luta feroz.
Aqui ficam sete desabafos/comentários, hoje recolhidos aleatoriamente de outros tantos posts publicados em grupos de professores, mas que dão conta da terribilidade que os colegas professores contratados experimentam nestas horas de angústia.
E se é inadmissível e infame a exigência de uma prova deste género, é também infame e inadmissível que os professores do quadro abandonem os colegas contratados neste momento difícil, assim como é inadmissivelmente infame que todos estes não tenham querido gritar a uma só voz um rotundo "não à PACC!".
Comentário/desabafo 1:
Agora chateei-me! Então é assim: eu já me inscrevi para a prova, sim. Fi-lo de consciência traquila, de quem sempre lutou nos momentos em que achou que deveria ter lutado. Fiz greves, tipo extraterrestre, pois era quase sempre a única contratada a fazê-lo ao lado dos colegas do quadro. Fui a manifestações em autocarros de sindicatos com colegas do quadro e ZERO colegas contratados. Cheguei a enviar mensagens a variadíssimos colegas para se manifestarem pois em breve seria tarde demais. Nem resposta me davam, descansadinhos na sua colocaçãozinha anual e olhando para o seu umbigo, sem qualquer tipo de leitura dos sinais, que foram MUITOS! Não tenho medo de prova nenhuma! Se chumbar é porque devo mudar de profissão! Não me sinto humilhada! Não, não sou amiga do Crato, aliás, há muito que nada espero do MEC (sobretudo desde o tempo da Milú)! Agora andam a querer saber quem se inscreveu para a prova? EU! Porque sou LIVRE! E só queria teu 1 euro por cada um daqueles que diz aqui à boca cheia que não vai fazer a prova e que não vai cumprir com o prometido! E apetece-me terminar com uma adaptação de uma célebre pergunta de Babtista Bastos: "onde é que vocês estavam antes da PACC?". Um bom dia para todos!
Comentário/desabafo 2:
Pelos comentários que venho lendo a respeito das últimas declarações proferidas por Mário Nogueira, sou obrigado a concluir que há uma certa leviandade de pensamento nalguns colegas. Reparem, os sindicatos solicitaram aos professores contratados que aguardassem por uma decisão dos tribunais até ao dia de hoje. Como a decisão, infelizmente, tarda em chegar, é natural que se apele ao bom senso, pondo de lado radicalismos que possam, no futuro, conduzir a situações dramáticas de desemprego. O prazo para a inscrição na dita prova termina na 5ª feira, dia 28, às 18h. Ainda que a vasta maioria esteja contra a mesma (eu estou, por isso ainda não me inscrevi), temos a obrigação de refletir e, como cidadãos sensatos que somos (ou não fôssemos professores), decidir em consciência. Não estou a defender nenhum sindicato ou o Mário Nogueira em particular, estou sim a defender a sensatez e a prudência. Bem-hajam
Comentário/desabafo 3:
Também eu quero partilhar a minha dor. Dispenso comentários do deita a baixo, pois lá no fundo já eu estou, aqui em casa este governo conseguiu dar cabo de Uma família inteira. Os sindicatos há muito que se deviam ter juntado e lutado ao lado dos professores contratados, melhor de todos os professores. Deviam ter deixado a politiquice de lado, pois devemos todos remar para o mesmo lado. Quando se fez a manifestação na AR, deviam ter ouvido quem lhes pedia ajuda, (eu pedi ajuda, escrevi emails a todos eles o único que me respondeu foi SPRC , ainda indignado) pois são estes quem lhes paga o ordenado todos os meses, para que possam colocar comida na mesa para os seus filhos. Quando se invadiu os ministérios da saúde , da economia e das finanças e ambiente. Onde estavam os sindicatos que não invadiram o da educação???? Se tenho ido às manifestações vigílias e afins.... TENHO. Não é o Crato que nos obriga a fazer uma prova, mas sim os sindicatos que não nos defende devidamente para que essa prova não vá para a frente. Estou revoltada, SIM, ESTOU REVOLTADA!!!!
Comentário/desabafo 4:
"A termo está a educação nestes moldes! A termo está o desrespeito por uma classe profissional que cumpre requisitos universitários e avaliações anuais! A termo está a educação voltada apenas para a redução de gastos!"
Comentário/desabafo 5:
Então é assim?? Deixam se levar pelo medo e pela incerteza da decisão do Tribunal e já estão todos a inscrever se na dita PROVA? Falam e falam... e depois todos vão lá bater à porta? Desculpem as minhas palavras, mas... isto não faz sentido!
Comentário/desabafo 6:
Então é assim?? Deixam se levar pelo medo e pela incerteza da decisão do Tribunal e já estão todos a inscrever se na dita PROVA? Falam e falam... e depois todos vão lá bater à porta? Desculpem as minhas palavras, mas... isto não faz sentido!
Comentário/desabafo 7:
Muito sinceramente, despeço-me deste grupo e de outros, em virtude dos comentários de alguns colegas relativamente aos outros... Boa vida para vocês e que Deus, Alá ou Buda vos ensine a respeitar-se uns aos outros... efectivos e contratados, grevistas e não grevistas, etc.... Ser-se professor é, acima de tudo, saber ouvir e compreender, algo que não tem abundado muito por aqui...
terça-feira, 26 de novembro de 2013
APENAS DESNORTE?
Além do exemplo que tenho de dar ao Ministério da Educação, eis que me vejo obrigado a lutar contra a inércia e desmobilização dos dirigentes sindicais.
As palavras de Mário Nogueira até poderão ter implícita alguma sábia prudência. No entanto, não conseguem esconder apenas desnorte e falta de trabalho na mobilização de todos professores. Elas são também reveladores da falta de criatividade em acções eficazes de luta quando está em causa, segundo as próprias palavras de todos os dirigentes sindicais, o pior ataque de que há memória à escola públia e a maior ignomínia alguma vez cometida para com os professores.
Com ou sem apoio em todas as ocasiões, os professores acabarão por saber dar a resposta no momento certo. Apenas porque é inevitável que assim seja.
Notícia do Público:
Dirigente da Fenprof diz que se estivesse no lugar dos contratados se inscrevia para fazer a prova de avaliação
O PARTO DO IAVE
Não há nada de ilegal aqui? Tudo isto é, no mínimo, muuuuito estranho, não é?
Recebido por e-mail, sem referência de autor. Uma pesquisa posterior, permitiu verificar que a primeira publicação terá sido em http://olhequenao.wordpress.com/author/jyotigomes/
DEPUTADOS: SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E DE NATAL TÊM AUMENTO DE 91,8%
Vejamos:
Não se trata apenas de um mau exemplo de despesismo público e de desperdício da Assembleia da República, em contexto de crise e austeridade. Trata-se de uma ignomínia, que tem de ser combatida por todos e com todas as forças, até porque aumento brutal não tem qualquer explicação que o justifique.
Infelizmente, as despesas com remunerações certas e permanentes com a totalidade do pessoal da Assembleia da República (deputados, assistentes, secretárias e assessores, que aumentam 5,4%, bem como outros valores astronómicos atribuídos aos partidos e em mordomias, são ingredientes a mais para deixar qualquer cidadão insensível e comodamente sentado em casa.
Indigna-te! Há sempre um tempo de dizer BASTA! E este é o tempo!
sábado, 23 de novembro de 2013
SONDAGEM A PROFESSORES CANDIDATOS À REALIZAÇÃO DA PROVA
ATENÇÃO: ESTA SONDAGEM DESTINA-SE APENAS A PROFESSORES CANDIDATOS À REALIZAÇÃO DA PROVA
Muitos são os professores que se têm manifestado ultimamente sobre a PACC, parecendo ser unânime que todos estão contra a sua realização.
No entanto, quando se fala na luta concreta contra ela, verifica-se o extremar de posições, havendo pelo meio alguns professores, cuja decisão só será tomada de acordo com a percepção da maioria.
Além disso, não é novidade que muita gente exprime e demonstra publicamente uma determinação e atitude, mas, depois, no silêncio e solidão da sua existência, decide-se pelo seu contrário.
Assim, através desta sondagem (ver painel à esquerda), pretendemos saber, de forma anónima, qual é a verdadeira determinação dos professores em realizar ou não esta prova humilhante para toda a classe docente.
Divulga e partilha!
NÃO FAREI QUALQUER EXAME RETROACTIVO
Não temo como nunca temi qualquer forma de avaliação, mas não me sujeito ou humilho perante este cenário a que Vossa Excelência nos quer forçar.
O meu nome é Manuel Maria de Magalhães e sou professor profissionalizado do grupo 410 (Filosofia), desde 2002. Desde então fui contratado por 13 escolas, em cinco distritos diferentes (Viana do Castelo, Braga, Porto, Guarda e Viseu). Em todas excedi sempre aquilo que me era pedido, como prova o reconhecimento, em alguns casos público e formal, que alunos, colegas, órgãos das escolas e encarregados de educação prestaram ao meu trabalho.
Estou de acordo consigo num ponto: a Educação não está bem,apesar dos esforços de tantos, mas residirá apenas na classe docente a causa desse mal? Já reparou que todos os governos eleitos impuseram uma política de Educação diametralmente diferente dos anteriores? Já se deu conta que a Educação foi verdadeiramente uma área em que se "atirou dinheiro" para cima dos problemas na esperança que passassem? No ensino, como em muitas outras áreas, também existiu o privilégio do betão face à formação. Quantas escolas não têm psicólogos, sobretudo clínicos, que tanta falta fariam aos inúmeros casos dramáticos que assolam milhares de alunos? Que vínculos tem o Estado, através da Segurança Social, para ajudar a estabelecer pontes entre as famílias e a Escola? O que se (não) tem feito em termos de prevenção da indisciplina em ambiente escolar, seja na sala de aula ou fora dela? O que fez o Estado para promover a autoridade (não autoritarismo) do professor e do auxiliar de acção educativa que ainda é tratado, à maneira do Estado Novo, como um mero contínuo, desprezando o seu vital papel nas escolas? Construir ou renovar escolas não chega… Se quer introduzir alterações em atitudes e comportamentos dos docentes, este não é seguramente o melhor caminho. Se analisar a formação que o ministério nos disponibiliza, constatará que não tem, na maioria dos casos, qualquer interesse em termos pedagógicos. Já pensou em fomentar a ligação entre as universidades e as escolas neste sentido? Ao persistir neste caminho, Vossa Excelência encerra em si o pior modelo de docência: o do professor que obriga os alunos a uma avaliação para a qual não os preparou.
Não temo como nunca temi qualquer forma de avaliação, mas não me sujeito ou humilho perante este cenário a que Vossa Excelência nos quer forçar. Não farei qualquer exame retroactivo, imposto de forma ditatorial. Se o preço a pagar for a exclusão definitiva do ensino, assumo-o. Mais importante do que as palavras que proferimos é o exemplo que perdura. A dignidade não está à venda e não posso ser incoerente com tudo o que tenho passado aos alunos que o Estado me entregou. Ainda assim tenho a esperança que Vossa Excelência tenha a humildade (uma das maiores, se não a maior, virtude humana) de reconhecer o erro que esta medida encerra e procurar novas soluções.
Professor de Filosofia
In Público
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
A PROVA, ALGUÉM DO MINISTÉRIO E A FLATULÊNCIA
Estive a entreter-me neste fim de tarde chuvosa, realizando a prova, a tal PACC, que mais não é do que uma flatulência ministerial! E se já antes tinha claro que se tratava da maior ignomínia alguma vez lançada sobre os professores, o ridículo de ser uma prova ao nível de um aluno do ensino secundário faz com que deva ser combatida por todos os meios e por TODOS os professores.
Mas há uma questão que fica, para já, em aberto: não será esta "facilidade" um isco para atrair os professores e levá-los a inscrever-se massivamente e a realizar a prova no dia marcado? É que Crato, o seu comandante e o seu séquito são muito matreiros (uma tradição que já vem de longe, especialmente dos antecessores) e podem bem estar a utilizar uma estratégia de esvaziamento da luta, de forma a que os seus objectivos sejam alcançados, num esquema descarado de exploração e redução da classe docente à miséria e de destruição da escola pública.
Não nos podemos deixar amesquinhar! Os professores não podem ter medo e deixar-se derrubar. Começa a ser tempo de nos começarmos antecipar, derrubando-os nós a eles.
O modelo da prova encontra-se aqui.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
O NAUFRÁGIO DE CRATO
O ministro está a afundar-se, para seu mal e do país
Quando entrou para o governo era o mais velho dos seus membros. Ao seu nome associava-se prestígio, como acontecia por exemplo com Francisco José Viegas, que entretanto desertou.
Sensato, cordato, competente, e também um reputado matemático e professor universitário, esperava-se de Nuno Crato que concretizasse o que nunca um dos seus antecessores tinha alcançado: uma política simultaneamente coerente e minimamente consensual.
A missão era quase impossível, mas, dado o perfil, admitia-se a hipótese de êxito relativo. No entanto, nada deu certo e a culpa não tem a ver com a crise e a falta de meios. Crato conseguiu, rapidamente, mobilizar contra ele todos os agentes do ensino, começando pelos professores, que promoveram as maiores manifestações de sempre.
Basta, aliás, olhar para o que está acontecer nos últimos dias para se ter uma ideia clara de que o ministério e a política de Nuno Crato metem água por todo o lado. Verifica-se que, não querendo fazer uma revolução mas uma reforma tranquila, não fez nem uma coisa nem outra.
Os reitores, através do seu conselho, decidiram recentemente num gesto inédito e simbólico cortar as pontes de diálogo e acusar o ministro de violar a sagrada autonomia universitária. De facto, as coisas estão péssimas, tanto no ensino superior universitário como no politécnico, cuja frequência é hoje impossível para quem não disponha de meios económicos. A ideia de gratuidade sempre foi um tanto simbólica, mas agora morreu.
Nos patamares anteriores à universidade ou na área especial, a situação é ainda mais grave. Estão instalados o caos e a ineficácia, salvo alguns casos de excepção.
A ideia dos contratos de autonomia está já ferida de morte, embora uma em cada quatro escolas públicas queira aderir. Como ontem se acentuava num trabalho desenvolvido neste jornal, os limites da lei e das disponibilidades financeiras condicionam as decisões e desiludem os responsáveis pelos agrupamentos que avançaram para o acordo. Em contrapartida, os agrupamentos tal qual estão revelam-se em regra impossíveis de gerir, porque o afastamento em relação ao terreno é excessivo e a intervenção directa ao nível da escola sempre foi uma forma de gestão mais eficaz.
Os contratos com o ensino privado suscitam desconfianças e promiscuidades inimagináveis, como demonstrou um recente trabalho da TVI.
No meio de uma situação sempre instável, Portugal conseguiu, mesmo assim, preparar ao longo dos anos uma parte significativa da sua juventude e dar aos mais velhos alguns incentivos para que voltassem a estudar. Mesmo opções controversas como as Novas Oportunidades tinham alguma utilidade e recuperaram auto-estimas. Hoje vivemos numa floresta de equívocos. Não se sabe para onde vai o ensino e sobretudo percebe-se que os caminhos que Nuno Crato trilhou estão bloqueados.
É pena, porque Crato tinha o perfil certo para a função e à partida foi invulgarmente bem aceite por um sistema que, além de altamente corporativo, transporta interesses específicos e não raras vezes antagónicos, sendo dominando por sindicatos e ideologias políticas.
Não é certo que algum dia alguém consiga fazer melhor, mas é certo que Nuno Crato se está a afundar, o que é mau para ele mas sobretudo para os portugueses. Vergonha Pepsi: Vamos trucidar Portugal. Foi esta a mensagem que a marca promoveu ao colocar um boneco lembrando Ronaldo em cima de uma linha de comboio. Uma só resposta: beber Coca-Cola!!!
In Ionline
NOTA: O sublinhado é nosso.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
ABAIXO ASSINADO CONTRA A PROVA
Assim, compromentem-se os professores abaixo assinados a não se disporem, qualquer que seja a circunstância, a vigiar, controlar, ou, muito menos, corrigir as provas, se a isso vierem a ser chamados, por considerarem que essa tarefa carece quer de enquadramento legal e profissional da profissão docente, quer de um mínimo de dignidade e deontologia profissionais.
(Local) ______________________, ____ de Novembro de 2013.
Os abaixo assinados:
UMA VEZ MAIS, É HORA!
Com Nuno Crato, muita coisa mudou. Infelizmente, para pior. E em catadupa, para que a anestesia tomasse conta dos professores e estes não reagissem. Foi isso que veio acontecendo. Porque a crise e o medo foram forças maiores do que a força humana.
Mas algo está a mudar. Sem esquecer as dificuldades em que os professores foram colocados, com reformas penalizadoras, convites ao despedimento encapotados em mobilidade e rescisões amigáveis, aumento de número de alunos por turma, aumento das horas de trabalho, aumento de trabalho burocrático, roubo nos vencimentos, congelamento de carreiras, etc., etc., os professores vêem-se confrontados com a marcha devoradora para a privatização do ensino e com uma indigna prova de avaliação de capacidades e conhecimentos aplicada aos colegas contratados, agravada pelo facto de terem de pagar para a realizar e de há muito sofrerem a injustiça e ilegalidade de não vinculação depois de muitos anos de trabalho.
Todos já percebemos que o governo tem sido especialista no desrespeito pelas leis. Nuno Crato, apesar das diversas providências cautelares aceites contra a prova, não se coibiu de mandar publicar os procedimentos administrativos no Diário da República de 19/11/13.
Até porque já há uma boa notícia...
ESTÁ NA HORA DE DIZER "BASTA". ESTÁ NA HORA DE DIZER "NÃO".
PRECISO VOLTAR A UNIR E MOBILIZAR TODOS OS PROFESSORES
. contra o financiamento público do ensino privado;
. contra a destrução da escola pública;
. contra a Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos.
TODOS SOMOS POUCOS!
Colabora: mobilizar.e.unir.professores@gmail.com
quarta-feira, 3 de julho de 2013
SONDAGEM: QUE SOLUÇÃO PARA PORTUGAL?
UM GOVERNO SWAP
1. O fim da greve dos professores, primeiro, e a demissão de Gaspar, depois, atiraram para o limbo do quase esquecimento o escândalo do exame de Português do 12º ano. Mas a consciência obriga-me a retomar o tema, no dia (escrevo a 2 de Julho) em que se branqueia a iniquidade. Que teria feito a Inspecção, que aparecia sempre e este ano sumiu, se verificasse que se efectuaram exames sem o funcionamento regulado dos respectivos secretariados? Que houve vigilantes desconhecedores das normas básicas, socorridos no acto … pelos próprios examinandos? Que se realizaram exames sem a presença de professores coadjuvantes? Que professores de Português vigiaram exames? Que não foi garantida a inexistência de parentesco entre examinados e vigilantes? Que não houve um critério uniforme para determinar quem fez e quem não fez o exame a 17 de Junho? Que o sigilo, desde sempre regra de ouro, foi grosseiramente quebrado pela comunicação, em ambiente de tumulto público, entre o exterior e examinandos? Que se prestaram provas em locais inadequados e proibidos pelas regras vigentes? Que não foi respeitada a hora de início da prova? Que teria feito, afinal, a Inspecção, se … existisse? O óbvio, isto é, a recomendação da anulação do exame e o apuramento dos responsáveis pela derrocada do que se julgava adquirido. Consumada a trapalhada inicial, transformada a Inspecção em submissão, prosseguiu a farsa com o Despacho 8056/2013, que, preto no branco, contrariou a lei e mandou admitir à repetição da prova todos, sem excepção, que a não tinham feito, independentemente do motivo. A última palavra, corrigindo o despacho, deu-a … o Gabinete de Imprensa do ministério. Tudo brilhante, em nome do rigor, sob a responsabilidade política do ministro do rigor. Espanta isto no dia em que Maria Luís Albuquerque substitui Gaspar? Claro que não. Este é um Governo swap. Um Governo que troca o que lhe dá jeito, particularmente a ética, pela sobrevivência a qualquer custo.
2. É ainda a consciência que me dita uma palavra sobre a greve dos professores. Fora eu dado ao swap e ficaria calado, que era mais fácil. Mas não sou. Os motivos invocados pelos sindicatos para decretarem a greve foram próximos e curtos. As razões que levaram 100.000 professores a abraçá-la foram remotas e longas. Remontam a toda uma política que Maria de Lurdes Rodrigues começou e Crato prosseguiu e reforçou com denodo. É minha convicção que a expressão da adesão à greve surpreendeu Governo e sindicatos. Não é pois possível medir-lhe os resultados sem a consideração do que é mais profundo, do que está para lá do recente. E aí chegados, a insatisfação assoma. Eu explico porquê.
Há hoje um grupo de bem-pensantes que desconhece ou esqueceu a história do sindicalismo. Para eles, o exercício do direito à greve não deve ultrapassar o simbolismo coreográfico que terminou nos acordos anteriores. Mas a consciência política que os terá surpreendido, disse-lhes que há 100.000 que não aceitam trocar por lentilhas aquilo que outros conseguiram com décadas de padecimento e sacrifícios. Não há greves cómodas. Não há greves com resultados se não forem para doer. Esta greve poderia ter ido mais além. A bolsa dos professores não aguentaria muito mais tempo? Talvez! O protelamento das reuniões do 5º ao 11º anos, não passaria de um simples acumular de trabalho? Talvez! Mas … e se os conselhos de turma do 12º ano ainda não se tivessem realizado?
A direcção de turma passou a estar incluída na componente lectiva? Mas era lá que estava há nada de tempo! Passou para 100 minutos? Mas antes da passagem recente para hora e meia, cifrava-se em duas horas! E que ganho objectivo resulta para os horários disponíveis, se a direcção de turma for atribuída (como é possível segundo o negociado) no quadro dos 100 minutos previstos para apoio pedagógico? Não fica anulado o efeito sobre a potencial recuperação de horários disponíveis? Ganhou-se o limite de 60 quilómetros para a mobilidade exigível aos vinculados, depois de se ter perdido uma estabilidade com mais de meio século? Mas é isso que já existia para todos os funcionários públicos! E 120 quilómetros de deslocação são aceitáveis para o dia-a-dia de quem trabalha? E os contratados, com vidas de mobilidade permanente? É decente, sequer concebível à luz das leis do trabalho, terem contratos sucessivos, durante 20 anos, com o mesmo patrão, que despoticamente lhes recusa estabilidade de emprego? Quando o Papa proclama, em boa hora, que não há mães solteiras, mas tão-só mães, não foi desta que se gritou que não há professores de primeira e professores de segunda, mas tão só professores. Ou cairemos, com o regozijo de termos evitado o vandalismo que o Governo projectava, na armadilha de calar as aspirações legítimas de uns com o retrocesso das aquisições de outros?
Texto parcialmente disponível no Público e, na íntegra, em diversos sítios da internet.
terça-feira, 2 de julho de 2013
SEM PORTAS, QUAL SERÁ A SAÍDA?
segunda-feira, 1 de julho de 2013
DEMISSÃO DE VÍTOR GASPAR: O INÍCIO DO FIM?
sábado, 29 de junho de 2013
ATA DAS NEGOCIAÇÕES ENTRE OS SINDICATOS E O MEC
Para aceder ao documento, clicar aqui.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
NA LUTA, COMO NA VIDA, MAIS VALE TARDE QUE NUNCA...
terça-feira, 25 de junho de 2013
DESILUSÃO SINDICAL DE NOVO?
Eu sei que havia muita gente cansada (ministros, professores, alunos, pais, sindicalistas, cidadãos) e que um processo de luta é mesmo assim: desgastante para todos. Desgastante para quem declara a guerra, para quem se defende, para inocentes apanhados pelo meio, e até para quem a ela assiste.
Um dos principais representantes dos sindicatos, agente das negociações, parece muito satisfeito com os acordos firmados, mas pouco fica resolvido. À primeira vista vislumbra-se que o mais importante é prolongar indefinidamente o combate dos professores, em vez de o que resolver em definitivo, como é o caso da requalificação ou mobilidade que, no fundo, é problema que apenas fica adiado para 2015.